Não sei se hei-de ficar estupefacto, admirado, revoltado, triste ou outra coisa qualquer que envolva querer ir praticar boxe, mas facto é que hoje de manhã dei de caras com uma quantidade considerável de blogs portugueses de cariz nacionalista. Vá, para não dizer de extrema direita onde predomina o racismo a xenofobia e o apreço pelo antidemocrático. De todos os sentimentos que me assolaram não sei o que escolher por ter estado, até agora, na ignorância, quanto a este tipo de actividades, no meu próprio país.
Embora o grupo de Santa Comba Dão que queria um museu para o filho da terra tenha ficado por casa, a história ensina a não fazer vista grossa a tais organizações pois corre-se o risco de cair da cadeira.
Com base em tais lições decidi que, de hoje em diante, enquanto patriota e cidadão no exercício do meu dever cívico de defensor da cultura democrática que é o blogging, publicar semanalmente, excertos de textos, postados nesses web sites, que instiguem à intolerância para com o que seja diferente. E como é fundamental assegurar direito de resposta, notifico os autores dos mesmos das minhas intenções, através desta pequena carta aberta:
Caros senhores,
Embora o grupo de Santa Comba Dão que queria um museu para o filho da terra tenha ficado por casa, a história ensina a não fazer vista grossa a tais organizações pois corre-se o risco de cair da cadeira.
Com base em tais lições decidi que, de hoje em diante, enquanto patriota e cidadão no exercício do meu dever cívico de defensor da cultura democrática que é o blogging, publicar semanalmente, excertos de textos, postados nesses web sites, que instiguem à intolerância para com o que seja diferente. E como é fundamental assegurar direito de resposta, notifico os autores dos mesmos das minhas intenções, através desta pequena carta aberta:
Caros senhores,
São agora vinte e três horas, 14 minutos e 44 segundos... Ah, isto não é sobre abortos (ou será?)... As minhas desculpas.
Hoje, tive o privilégio de dar de caras com vários blogs e fóruns de vossa autoria. Ao le-los, deparei-me com escritos invulgares, vulgo de fraca riqueza intelectual. Com a devida vénia, permitam-me a explicação.
Foi-me possível verificar que, alguns de vós, se descrevem como seguidores de uma nova forma de fazer e de estar na política onde a voz popular não se limite ao voto, sendo a favor de uma discussão, aberta e livre, sobre ideias. Outros definem o seu espaço na Internet como um reduto onde se cultiva o amor pátrio e a dignidade nacional, rejeitamos o ódio racial e respeitamos o direito à diferença.
Sendo Português, tenho orgulho na minha cultura e sou a favor de uma melhor preservação do património histórico do nosso país. Como amante da democracia, estimo a minha liberdade e defendo que para se ser membro de uma sociedade não chega ir ás urnas de 4 em 4 anos. Apraz-me assim encontrar outros que, como eu, lutam por estes ideais. Por isso não poderia estar mais de acordo com tais afirmações.
Estranho é que, num dos artigos, salta à vista a descrição de certos ideais, raça ou orientação sexual, que algumas pessoas possam ter, como uma etiqueta a colocar nas mesmas. Isto porque são apresentadas como: ...negros, amarelos, vermelhos, verdes, às riscas, marcianos, homossexuais, doentes de SIDA, comunistas, capitalistas, socialistas, católicos, budistas, hinduístas, islâmicos, todos são admitidos naquele país…" Noutros é frequente a aparição fotográfica daquele senhor baixinho e de ar fragil, que Charlie Chaplin protagonizou num filme. Tais formas de expressão transmitem uma certa ideia de incoerência com as declarações de princípios iniciais. Razão suficiente para resfriar entusiasmos. É que os Direitos Fundamentais do Ser Humano são também património de Portugal e portanto têm de ser respeitados.
Compreendo também, que os estimados acreditem num povo português puro, isento de malícia e ingenuo. Existem de facto pessoas que apreciam tais linhas de pensamento. O saudoso Diácono Remédios surge como um exemplo óbvio. O senão reside no facto de os Portugueses (os com P grande) serem dotados de uma capacidade inata para mandriar. Não para serem parvos.
Como o feitiço ás vezes se volta contra o feiticeiro, não vão os caríssimos serem alvo de chacota e ver o vosso direito à diferença violado, penso ser meu dever enquanto bom cidadão, não deixar que tal aconteça. Serei assim, a partir de hoje, um leitor atento das vossas publicações. Má fé teria se não vos alertasse para situações de cariz pouco democrático que encontre nos vossos blogs e como, hoje em dia, não se sabe com total certeza as áreas em que a ASAE anda a actuar, mais vale prevenir futuros desconfortos. Temos de ser uns para os outros.
Mas nao julguem que a minha atencao para com os senhores se deve puramente a bom samaritanismo. Confesso que tenho razoes individuais para o fazer. Sou um amante da comedia e ultimamente a rubrica Gato Fedorento já se está a tornar um pouco repetitiva e sinceramente sinto a falta de umas boas gargalhadas (Ou de mais uns cartazes na rua ao lado dos do PNR).
Termino por aqui, deixando a lista dos blogs dignos da minha futura atenção.
Saudações,
António.
Estado Novo
Movimento Nacionalista
MPP
Pátria - FN
Jantar das Quartas
Nacional-Cristianismo
Suck and smile
PS - O resto podem encontrar nos links que os próprios blogs oferecem.
PSS - No dia em que criarem um movimento de combate à calanzice, terei todo o gosto em ser dos primeiros a inscrever-me. Que raio, por vezes é cansativo não fazer nenhum.
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